sábado, 8 de setembro de 2012

Rainha paralímpica: com oito ouros, australiana é maior nome dos Jogos

.08/09/2012 08h07 - Atualizado em 08/09/2012 09h18 Jacqueline Freney transforma três bronzes de Pequim em desempenho perfeito e se consolida como ícone da nova fase do esporte para deficientes Por Cahê Mota Direto de Londres 9 comentáriosJacqueline Freney. O nome dessa australiana nunca esteve na lista dos mais badalados das Paralimpíadas de Londres, mas ninguém voltará para casa com tantas medalhas douradas na bagagem quanto ela. Nos Jogos em que o alto rendimento deixou para trás o clichê de superação no esporte para pessoas com deficiência, a nadadora surge como ícone de uma era onde a postura profissional passa a ser cada vez mais fundamental. O treinamento pesado, com abdicações, obrigações e investimento, como qualquer atleta convencional, transformou os três bronzes de Pequim 2008 em oito ouros no Reino Unido. Aproveitamento de 100%, que fez da 'aussie' a principal personagem da competição. - Isso é fruto de trabalho duro. Isso que eu preciso ressaltar. Foram quatro anos de muita dedicação. Tudo é consequência disso. Estou no lugar certo, na hora certa e cumpri minha meta. Acho que esse era o meu destino. Eu me sinto no paraíso. Tudo isso é inacreditável. Em alguns momentos, eu realmente não acredito que eu consegui (risos). Acho que todos os ouros foram merecidos. Eu vim e alcancei meu objetivo, fiz o meu melhor. Estou realmente muito orgulhosa disso tudo. Eu consegui! – celebrou Jacque em bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM minutos após sua última prova em Londres. A disputa, por sinal, foi uma das mais emocionantes das Paralimpíadas: o revezamento 4 x 100m medley 34 pontos. Com um barulho ensurdecedor no Centro Aquático por conta da possibilidade de ouro do time britânico, a australiana foi a última a cair na água e assumiu a equipe no terceiro lugar. Já nos primeiros 50 metros do nado livre, ela deixou o Canadá para trás e travou disputa acirrada com a Rússia, além de Grã-Bretanha e Estados Unidos, que também chegaram. A experiência de quem já tinha subido sete vezes no lugar mais alto no pódio, entretanto, fez a diferença e, na batida, Freney completou em grande estilo sua campanha perfeita. - O revezamento foi o mais incrível de longe. Pude compartilhar com três grandes amigas. Peguei na última perna com uma responsabilidade grande e consegui. Jacqueline Freney se consolida como ícone do esporte paralímpico após oito ouros (Foto: AFP)Hoje com 20 anos, Jacqueline Freney nasceu com paralisia cerebral e tem a coordenação motora afetada, o que a coloca na classe S7. Imbatível, ela deixou para trás Daniel Dias, apontado por muitos como grande favorito a liderar o quadro de medalhas individual. Já com cinco conquistas, o brasileiro ainda pode chegar a sete ouros, um a menos que a australiana. Freney comentou a disputa particular e se disse ansiosa para repetir o duelo daqui a quatro anos, no Rio de Janeiro. - Daniel Dias é fantástico. Eu adoro vê-lo nadar. Sou muito amiga do Marcos (Prado), treinador da equipe brasileira. Já estou ansiosa para competir no Rio, sentir a energia da torcida. Não vejo a hora. E, para os Jogos no Brasil, a meta continua ousada. Agora uma estrela paralímpica, Jacqueline sabe que estará em evidência e projeta mais uma campanha perfeita. Para isso, afirma que precisará ter mais um ciclo pesado pela frente. - Serão quatro anos de trabalho duro, treinamento forte e tudo pode acontecer. Espero conseguir mais oito (risos). Em Londres, Jacqueline Freney ganhou o ouro nos 50m, 100m e 400m livre, 50m borboleta, 100m costas, 200m medley e nos revezamentos 4 x 100m livre e medley 34 pontos.

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