domingo, 5 de maio de 2013

E os anões?




mulher de baixa estatura em frente a uma porta, utilizando um elemento comprido para ajudá-la a manipular a trava no alto da porta, do tipo que permite abrir apenas uma pequena fresta na porta.Acessibilidade é muita coisa, mas na verdade é uma só. Diria que é a arte de contemplar a diversidade humana para que todospossam ter conforto,segurança e autonomia.
E podemos considerar “arte” porque envolve criatividade, além do
conhecimento. A criatividade é necessária para sempre buscarmos soluções
mais adequadas e humanas, além das normas e leis.

Essa introdução casa muito bem para as pessoas de baixa estatura,
que pouco são lembradas quando falamos de acessibilidade.
Principalmente, no que se refere às normas técnicas que apresentam os
parâmetros de acessibilidade. Quando na teoria não há parâmetros, na
prática, se omitem das soluções. Segundo a Associação Gente Pequena do BrasilSite externo. existem atualmente 200 tipos e 80 subtipos de nanismo, sendo aacondroplasia o mais comum. E a cada 25 mil nascimentos, um pode ser anão, sem necessariamente haver hereditariedade.
Mas o que querem essas pessoas? Assim como todos,
dignidade no uso dos espaços do dia a dia: locais urbanos, de trabalho,
de lazer e de descanso. É verdade que algumas coisas pensadas para
usuários em cadeira de rodas ajudam essa parcela da população, mas
digamos que, por tabela, e não por dedicação ao tema.

Pessoas com baixa estatura terão dificuldades no alcance manual e visual e em vencer desníveis. Um simples interfone na entrada de um edifício já é uma barreira, fazendo com que tenham que pedir ajuda de alguém que passa na rua, por exemplo. Um caixa eletrônico,
mesmo aquele feito para o cadeirante, geralmente é alvo de reclamação.
Não há privacidade no uso: quem está atrás de você vê tudo na tela. Isso
quando a posição da tela não prejudica a visualização pelo reflexo
existente. Uma escada de acesso pode ser um percurso bastante
desconfortável e cansativo. Suas articulações são exigidas ao máximo
todos os dias, no estica e puxa, na ponta dos pés, no alcance dos dedos
do último botão do elevador. Desgastante, não?

Se na sua empresa há um anão, procure saber o que ela
precisa e busquem soluções juntos. Às vezes, um simples banquinho em
locais-chave pode ser suficiente, até que outras ações mais complicadas
possam ser programadas.

Se o seu objetivo é garantir um espaço para todos, sem saber exatamente
quem virá, tenha em mente as alturas de alcance e visualização. Um balcãomais baixo para poder ver quem atende; a maçaneta do tipo alavanca que não exige tanto da articulação; uma pia
no coletivo em altura mais baixa e uma bacia fixa na parede que pode
ser instalada em altura mais adequada; e a altura e posição de
acessórios como saboneteiras e papeleiras.

Pensar na diversidade torna os espaços mais humanos. A raiz dessa ideia
não é moderna ou contemporânea e sim muito antiga que, acredito, temos
esquecido (arquitetos, engenheiros, desenhistas industriais... e tantas
outras profissões). Afinal, “O homem é a medida de todas as coisas”, já
dizia Protágoras.

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